RIO, 11 DE SETEMBRO, QUARTA-FEIRA DE 2019.
Se você não luta pelo que quer, não chore pelo que perdeu.
Destrua essa ideia de que você é uma pessoa difícil de se amar
destrua essa ideia de que você é merecedor das coisas ruins que te aconteceram
você merece toda a luz do universo todos os dias da sua vida.
Oh, mais um dia, minha irmã desconta em mim todas suas frustrações, veio cuidar de mim dizendo, é ROSE não é mole não, não é mole não, não sei como você aguenta viver tanto assim 35 anos nessa? Respondi, não tenho opção, e pensei só se eu prender a respiração até parar de respirar, pela primeira vez pensei nisso, será que funciona?
Hoje cuidou de mim sozinha com uma cara, muito arrancos, diz que é pra ter força, impulsionar pra me virar, mas tendo alguém aqui faz diferente consegue me virar sem os empurrões e arrancos, puxa fralda, fecha tudo com força e cara feia, tento muito entender o lado dela, relevar esse comportamento abusivo, agressivo, me disse estraguei a vida dela toda... Meus pais já se foram, meu irmão também e ela está indo, quando ela morrer estarei fodida, ninguém quer ficar preso aqui comigo, a Rose se sente mal, quer sair ver gente, dá logo um jeito de ir em casa, continuou falando da situação dela com problema cardíaco era pra estar de repouso, descansar, mas não, tem que se preocupar comigo, cuidar de mim, nem sabe como consegue ter força na hora do banho faz o que tem que ser feito e depois desaba, e fica mal o resto do dia...
E assim vão se passando meus dias, não faço nada que gostaria, não tenho tudo que preciso, SÓ TENHO DUAS BLUSAS DE MOLETOM que se revezam, um cinza e a outra rosa já desbotada em alguns invernos, há anos não sinto o sol, só o vejo da janela ao lado esquerdo da minha cama, aquele calor inesquecível, em dias de chuva eu nem corria, nem me protegia deixava a chuva me molhar, ir a praia, cachoeira, namorei dentro da floresta de Tinguá foi inesquecível...
Na verdade vivo desses momentos bons, vivo dessas boas lembranças, dos meus melhores dias meus 19 anos de vida livre.
Apesar da vida pobre, simples eu era bem feliz, alegre, sonhava em ser jornalista, brincava de ser professorara, mas fui trabalhar cedo, ajudar em casa, sempre quis soluções.
Por isso perder meu corpo, minha liberdade me afetou tanto, mas tentei levar da melhor maneira que pude, fiz fisioterapia, busquei religiões, fui paciente todos tempo, fiz tudo que me mandavam, fui sobrevivendo, perdendo quem me sustentava, quem cuidava de mim, e continuo perdendo, sobrevivendo no limite de tudo, minha irmã disse cada dia está mais difícil, me fez chorar.
Pois ela tem suas razões, ocupo a vida dela, o tempo dela, o corpo dela, disse a suguei, consegui acabar com ela, está doente, cansada, exausta, estafada, disse ninguém nota, só querem que ela faça, faça, faça......
O TEMPO PASSA, VOA E TUDO FICA PIOR.
ATÉ QUANDO CLAMAREI EU?
SINTO MUITO,
ME PERDOE,
TE AMO,
AGRADEÇO.
NAM MYOHO RENGUE KYO.
